17.4.12

Ascendência de D. Afonso Henriques


D. Afonso Henriques, o fundador da nacionalidade portuguesa

Reino de Portugal
Primeira Dinastia
Dinastia Afonsina

Rei D. Afonso Henriques (o primeiro rei de Portugal)
Reinado: 1143-1185
Rainha D. Mafalda de Sabóia


D. Afonso Henriques, "o Conquistador" (25 de Julho de 1111 [?], Guimarães [?] - 6 de Dezembro de 1185, Coimbra). Casou com D. Mafalda de Sabóia, filha do conde Amadeu III de Sabóia.

Guimarães, cidade-berço de Portugal, sede do Condado Portucalense, corte de D. Henrique e de D. Teresa, foi, talvez, a primeira capital do reino de Portugal (ou Coimbra, que comprovadamente lhe sucedeu).

D. Afonso I nasceu, provavelmente, cerca de 1108, em Guimarães, ou em Agosto de 1109, ou em 25 de Julho de 1111. Natural de Guimarães, ou de Coimbra ou Viseu.

Rei-Fundador da nacionalidade, fundou o reino de Portugal em 1143, quando o tornou independente do reino de Leão, fundando a primeira dinastia, a Afonsina, que durou 240 anos.

Portugal, reino independente desde 1139, reconhecido pelo rei de Leão e Castela em 1143 e pelo Papa em 1179.

Afonso Henriques, uma figura mítica da História de Portugal.




Ascendência de D. Afonso Henriques


Afonso Henriques é filho de Henrique de Borgonha, Conde de Portucale, descendente da linhagem dos reis francos e do ducado da Borgonha.

D. Afonso Henriques é também descendente das dinastias dos antigos reinos ibéricos (passado galaico-romano e suevo, antigos reis visigodos, reinos de Astúrias, Pamplona, Leão, Galiza, Castela e outros), neto de D. Afonso VI, imperador de Leão e Castela, e filho do conde D. Henrique e da rainha D. Teresa.

Várias formas de intitulação régia foram, ao longo dos tempos, utilizadas. As que se seguem são meramente exemplificativas.


…ego Alfonsus Portugalie rex…

D. Afonso I, filho do conde D. Henrique e da rainha D. Teresa e neto do imperador D. Afonso VI

“Enrici comitis et regine Tarasie filius atque regis Alfonsi nepos”

“Henrici comitis et reginae Tarasiae filius glorioso imperatoris Ildefonsi nepos”




A ascendência de D. Afonso Henriques:

  • Roberto I, rei dos Francos (filho de Roberto, “o Forte”, conde de Anjou e fundador da família dos "Robertiens", antepassado da Dinastia Capetiana)
  • Hugo, “o Grande”, duque dos Francos, conde de Paris
  • Hugo Capeto, rei dos Francos (fundador da dinastia Capetiana)
  • Roberto II, “o Pio”, rei dos Francos
  • Roberto I, duque de Borgonha (irmão de Henrique I, rei dos Francos)
  • Henrique de Borgonha, herdeiro do duque de Borgonha (faleceu pouco antes do seu pai)
  • Henrique de Borgonha, Conde de Portucale (1066-1112), descendente da linhagem dos reis francos e do ducado da Borgonha
  • D. Afonso Henriques, "o Conquistador" (Primeira Dinastia – Afonsina)

A ascendência de Afonso Henriques por parte da mãe, rainha Teresa:

  • Imperador Afonso VI, “o Bravo” (rei de Leão, da Galiza e de Castela)
  • Rainha Teresa de Portugal
  • D. Afonso Henriques, "o Conquistador" (Primeira Dinastia – Afonsina), rei de Portugal



imperador Afonso VI de Leão e Castela, rei de Leão (desde 1065), da Galiza e de Castela (até 1109)
~
Teresa de Leão, casada com Henrique de Borgonha (condes portucalenses)
&
Elvira de Leão e Castela, casada com o conde Raimundo IV de Tolosa (comte de Saint-Gilles et de Toulouse), irmã de Teresa e, ainda, irmã consanguínea de Urraca e Sancho
&
Urraca de Castela e Leão, casada com D. Raimundo (condes da Galiza) e, depois, com Afonso I de Aragão
&
Sancho (1099?-1108)


[Note-se que o sinal (~) representa «filhos entre outros» e o sinal gráfico (&) usado para substituir a conjunção «e» (representa a conjunção latina et).]



Roberto II, “o Pio”, rei dos Francos (dinastia Capetiana de reis francos e reis franceses)
~
Roberto I, duque de Borgonha (Casa Capetiana de Borgonha)
~
Henrique de Borgonha, herdeiro do Ducado de Borgonha, (pai dos duques Hugo I e Odo I de Borgonha)
~
Henrique de Borgonha, conde de Portucale (em 1093?-1112?), descendente da linhagem dos reis francos e do ducado da Borgonha, casado com D. Teresa, condessa de Portucale e infanta de Leão, regente (em 1112?-1128) na menoridade do filho, com o título de “regina” (rainha), que foi filha natural de Afonso VI de Leão e Castela
~
D. Afonso Henriques, "o Conquistador" (Primeira Dinastia – Afonsina), casado com D. Mafalda, herda em 1112 e governa em 1128-1139 o Condado Portucalense (filho do conde D. Henrique e da rainha D. Teresa e neto do imperador D. Afonso VI), fundador da nacionalidade portuguesa, como Afonso I, rei de Portugal em 1139-1185 (foi o primeiro rei de Portugal – independente desde 1139, reconhecido pelo rei de Leão e Castela em 1143 e pelo Papa em 1179)




A dinastia Afonsina durou 240 anos (1143-1383, 9 reis), seguindo-se o Interregno (1383-85) e mesmo as posteriores podem considerar-se ramos da primeira dinastia. A última dinastia de reis de Portugal (1640-1910), a de Bragança, descendia em linha recta varonil do primeiro duque de Bragança (Afonso I de Bragança), que foi filho natural do rei João I (Avis) e este, também, filho natural de Pedro I, membro da primeira dinastia (8.º rei de Portugal).

D. Afonso Henriques escolheu sepultar-se no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, sendo o primeiro panteão régio nacional. Na Igreja reconhecida como Panteão Nacional os túmulos dos dois primeiros reis portugueses, D. Afonso Henriques e D. Sancho I, foram reformulados e transferidos para a capela-mor em 1530 (extensa reforma promovida por D. Manuel I, no início do século XVI e seguida por D. João III), onde ainda hoje se encontram, inseridos numa obra escultórica da autoria de Nicolau de Chanterenne (século XVI).

A construção do Mosteiro de Santa Cruz, promovida por D. Afonso Henriques, iniciou-se em 1131 para ser entregue à Ordem dos Cónegos Regrantes da Santa Cruz, ordem religiosa portuguesa que seguia a Regra de Santo Agostinho. São Teotónio, o primeiro Santo português a ser canonizado pela Igreja Católica, foi eleito primeiro prior dos “Crúzios”, como Prior-Mor de Santa Cruz. Também foi aí cónego D. João Peculiar, conselheiro e diplomata do primeiro rei de Portugal, depois, bispo do Porto e, por fim, arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas (em 1138-1175).




Conde Henrique

D. Henrique de Borgonha, Conde de Portucale (de 1093 a 1112), descendente da linhagem dos reis francos e do ducado de Borgonha.

Sobrinho da rainha Constança (casada com Afonso VI de Leão e Castela), bisneto de Roberto II, rei dos Francos, sobrinho-neto do abade S. Hugo de Cluny e, ainda, irmão dos duques de Borgonha Hugo I e Odo I.

Henrique foi primo direito de Urraca de Castela e Leão (filha de Afonso VI e de Constança de Borgonha) e cunhado da irmã de Raimundo de Borgonha (Sibila de Borgonha, irmã de Raimundo, estava casada com Odo I, duque de Borgonha, irmão de Henrique).

Henrique de Borgonha recebe em casamento a infanta Teresa de Leão e o pai desta, imperador Afonso VI de Leão e Castela, atribui-lhes a concessão do Condado Portucalense (terras entre os rios Minho e Douro e de Coimbra), com direito à transmissão aos seus descendentes. Os condes portucalenses D. Henrique e D. Teresa (pais do primeiro rei de Portugal) apenas reconhecem a suserania do imperador leonês.

Urraca de Castela e Leão (n. 1080? -m. 1126), casada (1090?) com Raimundo de Borgonha (n. 1070-m. 1107), tiveram como filho Afonso VII. Foi irmã consanguínea de Teresa infanta de Leão e prima do marido desta, Henrique de Borgonha. Condessa da Galiza, quando Afonso VI de Leão e Castela, em 1093, dividiu a Galiza em dois condados para as filhas e genros cruzados borgonheses: o condado da Galiza foi concedido a Urraca e Raimundo e o condado Portucalense foi atribuído a Teresa e Henrique. Depois da morte de Raimundo, Afonso VI casou a filha, futura rainha de Castela e Leão (de 1109 a 1126), com Afonso I de Aragão, o Batalhador, rei consorte, não de jure (até à anulação do matrimónio).

Raimundo de Borgonha, conde de Amous, filho do conde palatino de Borgonha Guilherme I, o Grande, e cunhado de Odo I, duque de Borgonha, casado com a sua irmã Sibila.




Rainha Teresa

D. Teresa, condessa de Portucale com o conde D. Henrique, pais de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

Teresa infanta de Leão, filha natural de Afonso VI de Leão e Castela, condessa de Portugal (por concessão de Afonso VI) com o marido, Henrique de Borgonha (bisneto de Roberto II, rei dos Francos) e mãe do primeiro rei de Portugal, Afonso Henriques. D. Afonso Henriques ou D. Afonso I (25 de Julho de 1111?, Guimarães - 6 de Dezembro de 1185, Coimbra), o Conquistador, foi o primeiro rei de Portugal (independente desde 1139, reconhecido pelo rei de Leão e Castela em 1143 e pelo Papa em 1179), iniciando a Dinastia Afonsina (1143-1383), e casou com D. Mafalda de Sabóia.

Depois da morte de Henrique em 1112, Teresa governou o condado como regente na menoridade do filho, com o título de rainha, de 1112 a 1128.



Henrique de Borgonha, conde de Portucale (em 1093?-1112?); bisneto de Roberto II, rei dos Francos e irmão dos duques de Borgonha Hugo I e Odo I, também sobrinho da rainha Constança (casada com Afonso VI de Leão e Castela) e primo de Urraca de Castela e Leão e, ainda, cunhado da irmã de Raimundo (casada com Odo I), casado com
D. Teresa, condessa de Portucale e infanta de Leão, regente (em 1112?-1128) na menoridade do filho, com o título de regina (rainha), que foi filha natural de Afonso VI de Leão e Castela e de Ximena Moniz, uma nobre leonesa e que, depois de enviuvar, teve uma relação com o conde Fernando Peres de Trava (nobre galego do século XII)
~
príncipe Afonso Henriques, herda em 1112 e governa em 1128-1139 o Condado Portucalense (filho do conde D. Henrique e da rainha D. Teresa e neto do imperador D. Afonso VI), fundador da nacionalidade portuguesa, como Afonso I, rei de Portugal em 1139-1185 (foi o primeiro rei de Portugal – independente desde 1139, reconhecido pelo rei de Leão e Castela em 1143 e pelo Papa em 1179)




Imperador Afonso VI

Afonso VI de Leão e Castela, o Bravo, rei de Leão, da Galiza e de Castela, usando o título de imperador a partir de 1073 (?). Filho de Fernando I de Leão e Castela (Fernando Magno) e de Sancha I de Leão. Imperador de Leão e Castela, casou em 1081 com Constança de Borgonha, filha do duque Roberto I de Borgonha, de quem teve Urraca. Foi também pai de Teresa infanta de Leão, filha ilegítima; condessa de Portugal casada com Henrique de Borgonha e, ainda, mãe de Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Afonso VI atribuiu a concessão do Condado Portucalense a Teresa infanta de Leão e ao marido, Henrique de Borgonha.



imperador Afonso VI de Leão e Castela, rei de Leão (desde 1065), da Galiza e de Castela (até 1109)
~
Urraca de Castela e Leão (reinado em 1109-1126), filha de Constança de Borgonha (segunda esposa de Afonso VI, que foi filha do duque Roberto I de Borgonha e neta de Roberto II, rei dos Francos e, ainda, sobrinha do abade S. Hugo de Cluny), foi casada com Raimundo de Borgonha (falecido em 1107, filho de Guilherme I, o Grande, conde palatino de Borgonha) e, ainda, casada em segundas núpcias (1109) com Afonso I de Aragão
~
Afonso VII de Castela e Leão, com o título de imperador (reinado em 1126-1157), filho de D. Raimundo



A sucessão de Afonso VI de Leão e Castela originou diversos litígios, ainda em vida do rei e após a sua morte (1109). Em 1108 morre na Batalha de Uclés o infante Sancho, único filho varão de Afonso VI, em derrota diante os mouros, ficando o rei sem o seu herdeiro (reconhecido sucessor durante pouco tempo), dando lugar à sucessão pelas suas filhas (de diversas relações matrimoniais e extra-matrimoniais) e a um período conturbado.



Afonso VI pertenceu à dinastia Navarra, filho de Fernando Magno, o primeiro rei de Leão da dinastia Navarra, e neto de Sancho III, rei de Pamplona. A dinastia Navarra é formada pelos descendentes de Ximeno de Pamplona. Afonso VI também foi neto materno de Afonso V de Leão e sobrinho de Bermudo III, o último rei de Leão da dinastia asturo-leonesa (primeira dinastia do reino de Leão).

Roberto I tornou-se duque de Borgonha por doação do seu irmão Henrique (Henrique II, duque de Borgonha) depois da sua ascensão à coroa do reino dos Francos (como Henrique I), filhos do rei dos Francos, Roberto II. Foi casado com Hélia de Semur, irmã de São Hugo de Cluny (São Hugo, o Grande, abade de Cluny desde 1049 até à sua morte em 1109). O seu neto Henrique tornou-se Conde de Portucale (de 1093 a 1112) e foi pai de Afonso Henriques (o primeiro rei de Portugal).

A Abadia de Cluny, localizada na Borgonha, de ligação imediata à Santa Sé, fundada no século X, tornou-se na maior e mais prestigiada instituição monástica da Europa, especialmente com São Hugo de Cluny (cunhado de Roberto I, duque de Borgonha), que serviu muitos Papas e foi conselheiro de imperadores, reis, bispos e superiores religiosos, uma das figuras mais marcantes do seu tempo, tendo exercido influência dominante na esfera política e religiosa de então. O Conde D. Henrique era um dos filhos segundos de Henrique de Borgonha (herdeiro de Roberto I, duque de Borgonha, tendo falecido pouco antes deste), bisneto de Roberto II, rei dos Francos, sobrinho-neto do abade S. Hugo de Cluny.










Note-se que os casamentos e filhos apresentados não são exclusivos.





Península Ibérica no ano 1000


Reis de Leão:
Afonso V de Leão, o Nobre (reinou em 999-1028).

Reino da Galiza (governado pelo rei de Leão).

Condado de Portucale: conde Mendo Gonçalves, dux, casado com condessa Tutadona Moniz (governaram em 999-1008).

Condado de Castela: conde Sancho Garcia, pai de, entre outros, Garcia Sanches e Dona Mayor (casada com Sancho III de Pamplona), avô de Fernando Magno.



Reis de Pamplona:
Sancho III, rei de Pamplona (em 1004-1035), sucedeu ao pai, Garcia II de Pamplona. Casou com Dona Mayor, condessa de Castela, de quem teve, entre outros, Garcia III de Pamplona (reinou em 1035-1054) e Fernando I de Leão, o Magno, que recebeu Castela em 1029 (sucedendo ao tio Garcia Sanches, conde de Castela até 1028, e à mãe, condessa Dona Mayor) e foi rei de Leão em 1037 com a esposa Sancha I de Leão. Sancho III também foi pai de Ramiro I de Aragão, filho ilegítimo, considerado o primeiro rei de Aragão (em 1035-1063).



Reino dos Francos:
Roberto II, o Pio (reinou em 996-1031), filho de Hugo Capeto, rei dos Francos, pai de, entre outros, Henrique I, rei dos Francos e Roberto I, duque de Borgonha.

Condados catalães (condado de Barcelona e outros), ligados ao reino dos Francos (embora, efectivamente, já sem reconhecerem a suserania do rei dos Francos).



Califado de Córdova:
Hixem II, califa omíada de Córdova (reinou em 976-1009 e 1010-1013).

O Califado de Córdova da dinastia omíada (que decorreu do Emirado de Córdova, da mesma dinastia, na Península Ibérica e parte do norte de África), não era reconhecido pelo Califado de Bagdade (750-1258) da dinastia Abássida, que sucedeu ao Califado Omíada de Damasco (661-750).





“Map of the Spanish Kingdoms – 1030”, “On this map, the lands outlined in brown are under Muslim control. The orange area is Leon, the yellow is Navarre, and the purple belongs to France.”, “The map is from the Atlas to Freeman's Historical Geography, edited by J.B. Bury, Longmans Green and Co. Third Edition 1903.”, in http://historymedren.about.com/library/atlas/blatmapsp1030.htm [consultado em 20-02-2014].








A dinastia Carolíngia e a Capetiana do reino dos Francos e a Primeira Dinastia de Portugal (descendência):

  • Carlos Magno, Imperador do Ocidente (romano); em 768-800 como rei dos Francos e 800-814 como imperador, fundador do império Carolíngio, que se pretende herdeiro da tradição imperial romana e conserva as tradições dos Povos Germânicos (“bárbaros”)
  • Pepino I de Itália, Pepino Carlomano, rei de Itália em 781-810 (reino dos Lombardos sob domínio franco por Carlos Magno), irmão de Luís I, o Piedoso, rei dos francos em 814-840 e Imperador do Ocidente
  • Bernardo de Itália, rei de Itália em 810-818
  • Pepino I, conde de Vermandois (1.º conde), Senhor de Péronne
  • Herberto I, conde de Vermandois
  • Beatriz de Vermandois, irmã de Herberto II, conde de Vermandois, casou com Roberto I, rei dos Francos, pais de Hugo, o Grande, duque dos Francos; Roberto I foi filho de Roberto, o Forte, conde de Anjou e fundador da família dos "Robertiens", antepassado da dinastia Capetiana
  • Hugo, o Grande, duque dos Francos, conde de Paris
  • Hugo Capeto, rei dos Francos (fundador da dinastia Capetiana, descendente em linha feminina de Carlos Magno)
  • Roberto II, o Pio, rei dos Francos
  • Roberto I, duque de Borgonha (irmão de Henrique I, rei dos Francos)
  • Henrique de Borgonha, herdeiro de Roberto I (falecido antes do seu pai)
  • Henrique de Borgonha, conde portucalense de 1093 a 1112, descendente da linhagem dos reis francos e do ducado da Borgonha (bisneto de Roberto II, rei dos Francos e irmão dos duques de Borgonha Hugo I e Odo I)
  • Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, fundador da dinastia Afonsina



8 comentários:

LANA_CAPRINA disse...

Ascendência de D. Afonso Henriques

Roberto II, o Pio, rei dos Francos está sepultado na Basílica de Saint-Denis, França (na região da Ilha de França).

Roberto I, duque de Borgonha (Príncipe de Sangue) morreu em Fleury-sur-Ouche, vila próxima de Dijon, França (na região da Borgonha), em 1076

Henrique de Borgonha, herdeiro de Roberto I, faleceu cerca de 1070-74.

Actualmente, os restos mortais de Afonso VI, o Bravo, repousam no Mosteiro de São Bento de Sahagún, Espanha (província de Leão).

Na Capela dos Reis da Sé de Braga, guardam-se os túmulos dos condes D. Henrique e D. Teresa.

D. Afonso Henriques escolheu sepultar-se no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, sendo o primeiro panteão régio nacional. Na Igreja reconhecida como Panteão Nacional os túmulos dos dois primeiros reis portugueses, D. Afonso Henriques e D. Sancho I, foram reformulados e transferidos para a capela-mor em 1530, onde ainda hoje se encontram, inseridos numa obra escultórica da autoria de Nicolau de Chanterenne (século XVI).

LANA_CAPRINA disse...

Papa Calisto II (Guido de Borgonha, arcebispo de Vienne), 1119-1124.

Guido de Borgonha (ca. 1060) era filho de Guilherme I, o Grande, conde palatino de Borgonha e irmão de, entre outros, Reinaldo II e Estêvão I (também condes, sucederam ao pai), Raimundo de Borgonha conde da Galiza, Sibila de Borgonha (casada com Odo I, duque de Borgonha, irmão do conde D. Henrique) e Berta de Borgonha (terceira esposa, após a morte de Constança, de Afonso VI de Leão e Castela que faleceu sem gerar filhos).

Foi feito arcebispo de Vienne, França (na região de Ródano-Alpes), em 1088, antes de ter sido eleito Papa em 1119, num conclave reunido em Cluny. Convocou o Concílio de Latrão I (1123).

LANA_CAPRINA disse...

Dinastia Capetiana

Terceira dinastia de reis franceses, cujo nome deriva de Hugo Capeto, duque dos francos, conde de Paris, também era Abade, eleito rei dos Francos em 987, por morte de Luís V, último monarca carolíngio.

A Dinastia Capetiana é uma família de origem franca que reinou em França de 987 a 1848 (Luís Filipe I/ Segunda República Francesa), com intermissão da Revolução Francesa e do Primeiro Império de Napoleão Bonaparte, e é constituída por todos os descendentes em linha masculina directa do seu fundador, o rei Hugo Capeto.

Os Carolíngios tiveram o destino dos seus predecessores, Merovíngios. Depois de uma luta pelo poder intermitente entre as duas famílias, a ascensão de Hugo Capeto (r. 987-996), estabeleceu a Dinastia Capetiana no trono de França que com as suas ramificações Valois e Bourbon, governou a França por mais de 800 anos.

Os príncipes Capetianos reinaram também no ducado da Borgonha e sobre o império latino de Constantinopla.

Hugo Capeto governava directamente uma grande parte da França, com a capital em Paris, mas muitos dos seus vassalos, como os duques da Normandia, Borgonha e Aquitânia, eram quase tão poderosos como ele (mas sem força suficiente para o derrubar).

Depois de se ter feito eleger, Hugo Capeto assegurou a sua sucessão fazendo coroar o filho antes de morrer, prática que durou dois séculos e contribuiu para estabilidade da França.

LANA_CAPRINA disse...

Reino de Aragão

O rei Sancho II de Pamplona herdou da mãe o condado de Aragão, que passou, assim, da esfera do reino dos Francos para a dos reis de Pamplona. O condado de Aragão foi transmitido com a coroa para o filho de Sancho II, Garcia II e para o filho deste rei, Sancho III. Sancho III de Pamplona dividiu os seus domínios pelos filhos, cabendo Aragão ao filho ilegítimo Ramiro, considerado o primeiro rei de Aragão, de 1035 até 1063 (Ramiro I de Aragão).

LANA_CAPRINA disse...

Reis D. Fernando I e D. Sancha I de Leão, herdeira de Leão, filha de D. Afonso V e irmã de D. Bermudo III de Leão.

D. Afonso VI, filho da rainha D. Sancha I, neto do rei de Leão, D. Afonso V.

D. Afonso Henriques, filho da rainha D. Teresa, neto do rei de Leão, D. Afonso VI.

LANA_CAPRINA disse...

A dinastia pamplonesa é formada pelos descendentes de Ximeno de Pamplona.

Fernando Magno foi o primeiro rei de Leão da dinastia pamplonesa.

LANA CAPRINA disse...

Sobre D. João Peculiar, lê-se no Dicionário de História: «Nascido em Coimbra, e falecido em Braga, a 3 de Dezembro de 1175. D. João Peculiar era filho de Cristóvão João e de D. Maria Rabaldis, senhora da vila de Murtede. Estudou em Coimbra, e foi depois para a Universidade de Paris. Edificou um oratório na vila de Lafões, onde se recolheu com alguns sacerdotes praticando exercícios religiosos. Foi depois mestre-escola da catedral de Coimbra, e sendo ali arcediago D. Telo, o acompanhou a Roma para implorar de Inocêncio II, que o instituto dos cónegos regulares de Santo Agostinho fosse restituído à sua primitiva observância. Conseguindo a sua pretensão com muitos privilégios e indultos para o real convento de Santa Cruz de Coimbra, voltaram ambos de Roma em Junho de 1135. D. João Peculiar foi depois eleito bispo do Porto em 1135, passando à cadeira arquiepiscopal de Braga e primaz das Espanhas, em 1139, indo outra vez a Roma para receber o palio, que o mesmo pontífice lhe entregou, ordenando-lhe que assistisse ao concilio Lateranense II, que naquele tempo se celebrava. Regressando a Braga foi recebido com as maiores demonstrações de respeito e de júbilo. O arcebispo primaz de Braga D. João Peculiar foi quem coroou D. Afonso Henriques, 1.º rei de Portugal nas cortes celebradas em Lamego; assistiu à conquista de Lisboa em 1147, acompanhando sempre o novo rei; foi quem benzeu a mesquita-mor dos mouros tornada templo cristão e sagrou o 1.º bispo, D. Gilberto, varão inglês de notória virtude, que foi preferido a todos os outros, por ser considerado o mais digno dos estrangeiros que ajudaram D. Afonso Henriques na conquista de Lisboa. O novo rei; assistiu à sagração, e terminada a cerimónia D. Gilberto fez juramento de obediência ao arcebispo D. João Peculiar como primaz das Espanhas. O arcebispo foi sepultado na Sé de Braga. Havia-se relacionado intimamente em Roma com o doutor da Igreja S. Bernardo, com quem entretinha afectuosa correspondência. Por sua morte deixou manuscritas muitas dessas cartas em latim».

in, http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/nacional/estatua-de-d-joao-peculiar/
Diário do Minho 25 de Novembro de 2003

LANA CAPRINA disse...

Nossa Senhora da Silva
Sé do Porto
Capela de Nossa Senhora da Silva (Rua dos Caldeireiros, Porto)
(imagem de Nossa Senhora da Silva encontrada num silvado)
(Senhora da Silva)


Da invocação de Nossa Senhora da Silva no Porto existem imagens na Sé e na Capela da Confraria, na Rua dos Caldeireiros.

A devoção a Nossa Senhora da Silva está ligada a uma antiquíssima tradição, segundo a qual a origem desta invocação mariana se deve ao facto de uma imagem de Nossa Senhora, em pedra toscamente trabalhada, ter sido encontrada por um pedreiro no meio dum silvado que, em tempos remotos, crescia no local onde depois se ergueu uma capela, que teria sido mandada construir pela rainha D. Mafalda (sua grande devota), consorte de Afonso Henriques.

Também diz antiga tradição que andando-se, no século XII, a abrir os alicerces para a construção da Catedral, os operários viram uma pomba branca que entrava num silvado e foram verificar para onde se dirigia. Desbastado o silvado, com grande surpresa, encontraram uma bela imagem de pedra à qual foi dado o nome de Senhora da Silva.

Na Sé do Porto existe o Altar de Nossa Senhora da Silva representada por uma grande imagem, do século XIV, em calcário policromado. No transepto da Sé Catedral, lado direito, está entronizada a imagem de Nossa Senhora da Silva (séc. XV-XVI). Diz antiga tradição que andando-se, no século XII, a abrir os alicerces para a construção da Catedral, foi encontrada, entre uns silvados, uma imagem de pedra à qual foi dado o nome de Senhora da Silva. A Catedral românica, um dos monumentos mais antigos da cidade, remonta ao século XII, quando o Porto era um dos principais baluartes da Reconquista e da reorganização do território português, tendo sofrido grandes remodelações no período barroco (séc. XVII-XVIII). Apresenta características de Arte Românica de influência francesa e foi construído por mestres da região de Coimbra.

O Oratório de Nossa Senhora da Silva situa-se na Rua dos Caldeireiros da cidade do Porto, na fachada do edifício onde funciona, desde o século XV, a Confraria de Nossa Senhora da Silva (antigo Hospício de Nossa Senhora da Silva). Na fachada, ao nível do 1.º andar, encontra-se o oratório do século XVIII com a imagem de N.ª Sr.ª da Silva (a escultura apresenta a Virgem com o Menino, assente sobre nuvens e cabeças de anjos), envidraçado e protegido por uma cobertura de talha. No interior do primeiro andar encontra-se a Capela de Nossa Senhora da Silva, com as imagens de N.ª Sr.ª da Silva, S. João Baptista e S. Baldomero (o padroeiro dos ferreiros do Porto). A capela da confraria, juntamente com uma albergaria, era administrada pelos ferreiros, caldeireiros e anzoleiros do burgo (oratório, capela, hospital e albergaria da Senhora da Silva).

Os ferreiros tinham Nossa Senhora da Silva como padroeira das respectivas irmandades. Houve no Porto duas ferrarias, ou seja, dois locais diferentes onde funcionavam as oficinas dos ferreiros - a Ferraria de Baixo (localizada à beira-rio) e a Ferraria de Cima. A dos ferreiros de cima foi constituída no hospital de São João Baptista, no final do século XVI. No século XVII as confrarias dos ferreiros foram obrigadas judicialmente a juntaram-se, para formarem uma só, na actual sede da Confraria de Nossa Senhora da Silva. A unificação das confrarias implicou, também, alterações com os hospitais, juntando-se o Hospital de São João Baptista, o Hospital de Santa Catarina e o de Santiago (estes últimos vindos da beira-rio).